domingo, 21 de setembro de 2014

Pico do Corcovado - Ubatuba II

Queridos amigos e amigas, hoje vou escrever sobre a segunda visita ao Pico do Corcovado em Ubatuba.

A primeira foi em junho de 2011: Relato Pico Corcovado I  e na época foi muito duro. Essa trilha considero "uma das mais cansativas" (com mochila e barraca) aqui no Brasil. Devido a altimetria, você sai de 20m até 1.168m, a distância até que é pouca, dá quase 7km. Dá primeira vez fiz em 6h e dessa vez foi em 4h.

Bom, dessa vez  fui mais preparado psicologicamente e com menos peso. Sofri menos que da ultima vez, mesmo assim, é um sacrifício recompensador.

Companheiros de trilha foram o Thiago Araujo, o Thiago Furtado, Paulo e sua namorada a Débora e a guerreirinha Natachi (primeira montanha dela).

Fizemos diferente dessa vez, como a maioria saiu direto do trabalho (eu tinha acordado as 4am), preferimos pegar um quarto em vez de acampar no gramado como foi na ultima vez. A pousada fica em Lagoinha e a casa ficou 100 reais dividido para 6 pessoas.(12-3843-3587). O que ficamos eram dois quartos, com cozinha e banheiro. Precisa levar lençol (nosso caso foram os sacos de dormir).

Ainda paramos em Caraguá para comer uma pizza e chegamos perto das 00h, junto com o Paulo que chegava de Botucatu. Banho, bate papo, tira e põe coisas da mochila e fomos dormir 1 e pouco da manhã. Marcamos de sair umas 8h e tomar café no caminho (paramos em Maranduba).

Chegamos no local aonde estacionamos os carros, era quase 10am. Havia um pessoal estacionando os carros e se preparando para subir. Quando vi aquela galera, já me preocupei com o espaço lá em cima. Já tinha outros carros estacionados na casa. Nos arrumamos em tempo recorde e partimos para a trilha.


Tracklog da Trilha
 Como saímos as 10am, não encontramos nenhuma das famosas moradoras do local (cobras) e já esperto por ser a segunda vez, não passamos reto da entrada da trilha. Atravessamos dois riachos, caminhada sobe e desce no mato fechado, até a parte que começa a subida.




Começo da trilha é plano e fechado

Daqui em diante foi só subida.


Logo chegamos a Igrejinha(450m), uma formação rochosa que tem uma pequena área de descanso e uma linda vista. Aqui é um ótimo local para quem não está mais aguentando desistir, daqui para frente é mais íngreme e hard. Diz a lenda que a noite o espirito do Frei Bartolomeu sempre ronda este local, por isso no nome Igrejinha. Eu não fiquei esperando.
Para quem não consegue subir a pedra da Igrejinha para avistar o mar, um pouco mais para cima, há outro mirante, o único, já que a trilha é entre as arvores.


Igrejinha


Vídeo feito no mirante:



Aqui ouvimos o povo se aproximar e nos dividimos para garantir um espaço legal lá em cima. Eu e o Furtado fomos na frente. E dalhe subida.

Alguns metros(altitude 720/750m)) a frente da Igrejinha, há uma clareira e uma trilha saindo a esquerda que nos leva ao ultimo local de abastecimento) depois só no cume.

Quando cheguei encontrei outro grupo subindo, ai pensei comigo, f... não vai caber todo mundo, inclusive esse grupo me falou que já havia passado outro. Abasteci, descansei 3 minutos e sai andando.

A subida continua até chegar mais ou menos nos 1000m de altitude, onde a trilha fica plana por alguns metros e pode avistar o cume




Vista do mirante





O ultimo trecho é o mais íngreme, um trepa trepa nas raízes e arvores para quem gosta de escalaminhada.

Depois de 4h e alguns minutinhos chegamos ao Cume.




O primeiro grupo já estava acampado no local em que eu tinha ficado anos atrás, dessa vez ficamos em um local mais desprotegido, mas nem ventou muito. Enquanto montávamos as barracas, o Araujo e a Natachi chegaram. Assim que terminamos, o pessoal começou a chegar. Um aperta daqui, outro divide ali e no final todos conseguiram acampar. O Furtado e a Natachi foram pegar água e eu fiquei ajudando o pessoal que chegava. Quando o Paulo e a Débora chegaram, já tínhamos deixado o lugar reservado.




Muitos eram a primeira vez ali, outros até em acampamentos, foi engraçado ver o pessoal preocupado em tomar banho lá na bica. Meu banho foi ala pamper´s. (toalha umedecida)

Barracas montadas, todos descansado, hora de ouvir uma música, tomar um vinho(presente do Edu Bisan) e esperar o Por do Sol





Vídeo do Por do Sol no cume:




E o sol se foi. palmas...
Hora da lua cheia brilhar.





Continuamos a curtir a noite ali no cume menor, longe  das barracas. A noite caiu e as luzes de Ubatuba, das estrelas e da lua completaram o espetáculo. e dalhe jantar, vinhos e queijos. fui dormir era quase meia noite.

Acordamos na hora certa ! Hora do show (vídeo):



Dessa vez o sol nasceu no horizonte do mar


Vários clicks e ângulos depois...


Tomamos o café, comemos algo e hora de cochilar mais um pouco...

Cochilei mais ou menos, já que a maioria estava desmontando as barracas. o Thiago Araujo foi na frente para arrumar o parachoque do carro, o Paulo e a Débora também já tinham ido. sai do cume por volta das 10am

A descida é forte, para mim que tem os joelhos em dia, cansa menos do que subir. e fomos montanha abaixo. O primeiro trecho de descida é bem lento devido ao trepa trepa.

Na volta quase não tirei fotos. Paramos algumas vezes e 3 horas depois estávamos todos no estacionamento.




A viagem não estava completa. ainda faltava o mergulho no mar.

Fomos na praia da Mococa. Ali comemos o que sobrou dos queijos, descansamos e para finalizar, mergulhamos no mar gelado.




Fim de semana sensacional ! Tudo saiu perfeito.
E valeu Thiagos, Nathachi, Paulo, Débora e os novos amigos que fizemos lá em cima


:)

Mais fotos no meu álbum:  https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10152664707684812.1073741851.576754811&type=1&l=7a03a0d9b4

Gastos:
Gasolinaxpedágio: R$40
Pizza na Sexta feira: R$20
Pousada Sexta feira: R$17
Café da manhã sábado: R$ 10
Cervejinha na praia : R$20

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Soy Loco



O louco é um sonhador crônico. é o guerreiro que como disse o poeta, percorre primeiro os caminhos que os normais cruzarão algum dia. Isso, se ousarem. louco é a melhor referência que a mim podem oferecer. se somos loucos não sei. se o que sou é ser louco que eu morra assim, louco. completamente louco. quero a sensibilidade dos loucos e a sua doçura. se o guerreiro é um louco, que sejamos loucos. se a luta por um mundo justo e igualitário é ser louco, que permaneçamos loucos. para que eu me torne humano tenha que ante ser louco, assim o serei até o fechar dos olhos para continuar noutro canto qualquer. sejamos então, loucos para que mudanças aconteçam. ahhhh... se os loucos fossem a massa do mundo, seria tudo bem mais colorido. a africa seria banhada pela fartura. a América do Norte seria mais irmã. a América do Sul seria mais ousada e o Oriente seria o mar da liberdade. se fossemos todos loucos não precisaríamos de Bíblia ou Alcorão. Se fossemos todos loucos não precisaríamos criar mitos para cultivá-los.

Se fossemos todos loucos não precisaríamos de um pergaminho para saber que Deus existe. os loucos descobrem o Deus no balançar das árvores. o louco sente Deus na mansidão do rio que corre e nas ondas aeróbicas dos mares. os loucos vêem Deus no olhar de amor. os loucos sempre dizem “Eu te Amo”. Dizem até para o estranho que chega. o louco não mata. o louco sobe em prédios em chamas para salvar vidas humanas e vidas animais. o louco não escora no barranco. os loucos, com as mãos nuas reviram a terra tombada pelos morros em busca de sobreviventes. a louca não aborta. a louca sorri diante a dor do parto ou, até mesmo, se sacrifica para que essa vida sobreviva. o louco troca o valor das $$ pelo valor de um abraço. o louco não esconde o prato e sim divide o pão. o louco senta no chão, namora de baixo da lua e se sente pleno apenas com o "leve tocar" da pessoa que ama. O louco cultiva jardins e não desiste do sorriso no rosto alheio. o louco vive a harmonia nos diferentes e nas diferenças.
sejamos então humanos e loucos.

Sejamos loucos.
Sejamos loucos.
Sejamos loucos até o cair da última folha.

(Primavera/2007)
Jurandir Barbosa